A história que me fez enxergar o Software como Renda Passiva
Há 15 anos, precisei filmar casamentos para financiar meu primeiro SaaS. Conheça essa história, dos erros técnicos ao momento em que a automação mudou minha visão sobre negócios e renda passiva.
Estou escrevendo este artigo para compartilhar uma reflexão sobre como o mercado de tecnologia mudou, mas principalmente sobre o momento exato em que minha mentalidade sobre desenvolvimento mudou para sempre.
Há cerca de 15 anos, eu tinha a minha empresa, a Studio Preview. Nós éramos focados em desenvolvimento web personalizado. A entrega era excelente, mas o modelo de negócio era cruel: quanto mais personalizado o projeto, mais caro e trabalhoso ele era. Eu passava os dias tentando otimizar processos, mas na prática, estávamos sempre desenvolvendo tudo do zero para garantir a qualidade.
Eu já tinha construído meu Studio no mesmo terreno da minha casa, buscando aquela qualidade de vida que sempre valorizei. E foi ali, numa conversa com um cliente que virou amigo, que ouvi pela primeira vez sobre vender software por assinatura. Na época, a maioria dos sistemas rodava localmente na máquina do usuário. A ideia de um sistema online com mensalidade me atingiu em cheio. Eu já lia sobre investimentos na época e liguei os pontos: desenvolver um SaaS era a melhor forma de criar renda passiva.
Decidi que precisava criar um software que resolvesse um problema real e que as pessoas me pagassem uma mensalidade por ele.
Eu e meu sócio tínhamos facilidade para criar. Desenvolvíamos o design, o código, os vídeos e o marketing. Então, criamos o Sua Presença na Internet. Era uma plataforma para colocar sites no ar rapidamente, focada em pequenos negócios. O começo foi difícil. O foco no desenvolvimento do produto fez nosso faturamento de serviços cair drasticamente. Para manter o sonho vivo, tivemos até que abrir uma produtora de vídeo paralela, a Studio Cine. Passamos a filmar casamentos e eventos nos finais de semana para financiar o desenvolvimento do software durante a semana.
Foi uma época de muito esforço braçal. A tecnologia era um gargalo. Não existiam plataformas de pagamento simples como hoje. Tive que implementar a baixa de boletos bancários manualmente no código, lidar com gerentes de banco, configurações de servidor complexas... era um caos operacional.
Mas houve um momento específico, no meio desse furacão, que definiu o resto da minha vida.
Foi quando, após muita dor de cabeça para automatizar as cobranças, o sistema finalmente rodou o ciclo completo sozinho.
Eu me lembro claramente da sensação. O cliente pagou o boleto, o meu sistema identificou o pagamento, a assinatura foi renovada e o serviço continuou no ar. Eu não precisei fazer nada. Não precisei enviar e-mail, não precisei apertar um botão, não precisei “entregar” o projeto novamente.
Quando eu vi aquilo tudo funcionando e rodando, eu entendi: “Cara! Isso é fantástico!”. Tudo automatizado.
Naquele instante, a ficha caiu. Eu percebi que vender para 1 ou para 1.000 clientes não multiplicaria meu trabalho por mil. A máquina estava trabalhando por mim. Ver o projeto rodando de forma automática mudou permanentemente a minha forma de pensar sobre negócios. Ali eu entendi, na prática, o que era gerar renda passiva com software.
O projeto acabou sendo descontinuado tempos depois. Fomos engolidos pelo crescimento do WordPress e, ironicamente, pelo sucesso da produtora de vídeo que consumiu nosso tempo. Depois disso, ainda tentei um SaaS para a área escolar em parceria com uma grande escola de música da minha cidade. Isso me levou ao burnout. Descontinuamos o projeto após perceber que precisaria investir muito com novos programadores. Organizei minha vida e voltei para o mercado de serviços desenvolvendo exclusivamente para agências por um bom tempo. Foi um bom período, eles vendiam, e nós desenvolvíamos. O trabalho era 100% remoto. Neste período entregamos mais de 500 projetos utilizando LowCode, foi um sucesso até chegar a pandemia. Passamos pela pandemia com uma boa demanda, suficiente para pagar as contas básicas. Mas decidimos entregar todos os projetos e fechar. Eu ainda tinha na cabeça trabalhar com SaaS.
Aquele “gostinho” da máquina girando sozinha nunca saiu da minha cabeça.
Por que estou contando isso agora? Porque levei 15 anos para me organizar e voltar a esse modelo. Só que hoje, o cenário é outro.
Fechei o Studio novamente e estou 100% focado em SaaS. Estou desenvolvendo uma ferramenta para o setor imobiliário, que já paga a equipe, e outra para a área de Saúde e Bem-estar. A diferença é que a barreira técnica que quase me faliu lá atrás não existe mais.
Hoje utilizo LowCode para criar as telas do meu software, uso plataforma de Backend que funciona como serviço e Inteligência Artificial. Não me preocupo com estrutura de nada, apenas com o meu Software. Com exceção do SaaS na área imobiliária que estou trabalhando, que exige um pouco mais de complexidade, esse é desenvolvido com código tradicional. Mas mesmo assim, os frameworks ajudam muito mais do que naquela época.
Componentes que eu levava uma semana para desenvolver “na unha”, hoje faço em um dia. Não preciso reinventar a roda ou perder noites configurando servidores. Se preciso de uma função complexa em Javascript, peço para a IA, reviso e implemento.
Acredito que este é o melhor momento para desenvolver soluções de software. A tecnologia deixou de ser o gargalo que me impede de ver a “mágica” acontecer. Agora posso focar em fazer a máquina girar.
Vou documentar essa nova jornada, meus acertos e erros aqui no Substack. Se você também busca construir ferramentas que geram renda passiva, assine a newsletter para acompanhar.
E se você gostaria de desenvolver um SaaS ou uma ferramenta para sua empresa, aconselho a começar com planejamento. Eu ofereço uma Consultoria que ajuda você a ter um plano detalhado antes de digitar uma linha de código, evitando as armadilhas que eu enfrentei no passado.
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Espero que tenha gostado da história. Me siga para acompanhar a jornada.



